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"Meu próprio amparo"

Quando eu vou me conformar De que aquilo não vai acontecer comigo De que amizade nenhuma sustenta Quando o assunto é comigo Quando eu vou aceitar De que todo mundo um dia cansa E ninguém nunca vai ficar Quando eu vou manter a decência Parar de chorar e de me infernizar Por não ter uma amizade constante Que faça coisas por mim ou mesmo venha me visitar Quando eu vou declarar Paz ao meu estado de espírito e a solidão E entender que todos um dia vão Só me resta mesmo aceitar Quando eu vou me amparar Me consertar E me assegurar De que  Ninguém Vai Ficar Que nunca farão por mim Metade do que um dia eu já fiz por alguém E que eu não mereço migalhas de ninguém Que se eu não me acompanhar Não vou florir, vou pairar Declinar e afogar Há de mim, me amparar. -T.
"Dos olhos cansados, a maré arde em solidão por não ser vista como deveria: with love." -T
"E quando meu corpo ceder, meu DNA já estará plantado." -T

"Nunca aprendi a nadar"

Quem sou  Senão o vazio de mim  Ou o silêncio brutal Debaixo d'água A sombra que tem medo do fim E quem sois, eu Se penso em parar Quando ainda vejo o raso Mais um "passo" Quem serás eu pra falar de cansaço Se não cheguei aqui, fui arremessada Sou é, na palavra certa, fracassada Mas reconheço a coragem de estar aqui, afogada Se pisco, fujo da verdade Se desvio, sufoco por maldade Se penso mais, eu, olhe bem: afundo Sou quase um morinbundo Se olho pra dentro, mais medo do que pra fora Declino no próprio oxigênio  E em minutos Estou lá fora -T.

"Calma."

Desenha em mim Tudo que imagina acontecer Pinta de leve Todo um ser Use aquarela Me veja nascer Me queira de novo Eu vou florescer Não se sinta em casa Eu nego prazer Se faça morada E me deixe viver Me prenda e eu corro Eu vivo pra ser Se estenda e eu morro Me verá renascer Te amo de novo.

"Quem sou."

Um pouco puta Puta da vida e de alma Uma despida Que anda na rua sem nenhuma calma Uma cabeça louca Que apronta e noia Num dia calmo de horário de verão Ela apavora A que clama Mesmo sem acreditar em alguém lá em cima E zela Coloca todos os importantes a cima Tem ansiedade Exagera em partes Anseia na carreira, vida e em ir pra Marte Geralmente surta em silêncio Fica feliz toda vez que não passa um dia em outro lamento Meio desnecessária Fala demais e se estressa muito Mas aliviada Toda vez que fala muito e explode com descuido Ama demais tudo que tiver chance E cobra demais tudo que sentir pouco Acha o pouco muito louco Dá o seu melhor e sempre alcança Vê felicidade nos atos bons aos outros Criou amigos de verdade assim Uns bem loucos Vem só privilégio Tenta entender a maior parte Zela pelo lugar de fala Mas as vezes falha Segue aprendendo as parafernalhas Direitos humanos é quase um sobrenome Vive em balança contra a sociedade Família e conhecidos G

"O bico do meu peito grita"

Local público e todo mundo estranha Um bico pra fora Até u m mais alto que o outro E eles não aguentam Sobe o pau do homem nojento Me olham com cara de nojo Imagino as coisas que pensam Tudo isso por uma liberdade que alento Me revigoro e levanto a cabeça Me obrigam a usar sutiã Tem que ser pra cima, bem apertado Me machucam só de olhar Tenho pensamentos variados "Mulheres já foram presas por não usarem calças na praia" Tenho medo também Medo por mim, por elas Desgosto dos olhares que recebo Qualquer coisa, meu apelido é puta Puta dor nas costas que eu tenho Mas o que importa é ser padrão Eis as leis: O peito deve ter o vão marcado discretamente A alça não pode aparecer A blusa deve ser justa, mas regularmente curta Foi aí que eu entendi O corpo da mulher não é dela O corpo da mulher é público Mais palpitado que o próprio governo Mais acusado que os próprios governantes